Já ouviu falar da Indústria 4.0? E de Construção 4.0? Pois é, parece que essa tendência deve demorar a chegar ao Brasil, mas promete transformar disruptivamente os projetos de construção.
Você sabe que já é possível enxergar detalhes do projeto, como se estivesse entrando no espaço, sem nem ter começado a obra. Os sistemas de modelagem BIM (Building Information Modeling) permitem essa sensação, de que podemos ver tudo o que será necessário na obra, diminuindo a margem de erro e o desperdício já no orçamento da construção civil.
Essa possibilidade de um programa reproduzir o projeto em imagens, por meio da realidade aumentada, está na base da Construção 4.0. Para que isso se torne real, é preciso que uma série de avanços tecnológicos sirvam de suporte. É o caso da cloud computing, do aumento da velocidade das redes e do crescimento da armazenagem dados e processamento.
A Construção 4.0 reúne pessoas, equipamentos e insumos sob o guarda-chuva da tecnologia. O resultado se traduz em mais excelência e menores custos para a construtora, que usa automação e automatização para padronizar e melhorar processos.
Entre esses dois termos há uma grande diferença:
Automação – refere-se a processos que independem da interferência humana;
Automatização – aponta ações dependem da interação com humanos para ocorrer.
Sabendo de tudo isso, confira os cinco marcadores que podem indicar a chegada da Construção 4.0 no Brasil.
1 – Software voltado a projeto de construção
A modelagem BIM certamente representa uma das revoluções da Construção 4.0. Assim como ela, outros sistemas podem demarcar os avanços do setor. São eles:
Software de engenharia e construção: são principalmente usados para elaborar os projetos de construção, bem como seus cálculos e podem estar ou não associados à modelagem BIM.
Sistemas de gestão: os ERPs (Enterprise Resource Planning) controlam a execução dos projetos de construção, para que a construtora mantenha a lucratividade e a qualidade, desde o orçamento da construção civil até a entrega da obra.
2 – Equipamentos
Outro marcador evolutivo da Construção 4.0 está no uso e nos testes de equipamentos de automação ou automatização de processos. Além de equipamentos mais tradicionais, existem alguns que podemos destacar por trazerem inovações para os processos e materiais.
Betoneiras inteligentes que controlam adição e proporção de materiais;
Equipamentos que reciclam concreto de demolição;
Robôs que assentam tijolos.
Qual deles você gostaria de ter no canteiro de obras?
3 – Métodos
A alvenaria tradicional é a preferência brasileira entre todos os métodos construtivos. Mesmo que 6 a 7% do valor do projeto de construção sejam perdidos na geração de resíduos não aproveitados, ou seja, no desperdício.
Construções a seco, como o Steel Framming e Wood Framming, mais comuns nos Estados Unidos da América, são mais afeitas às Construção 4.0. Economizam insumos, geram menos resíduos e levam menos tempo.
Mas você já viu a moda da conteinerização? E das Tiny Houses? Pois é, a construção 4.0 também traz métodos mais ambientalmente conscientes.
4 – Materiais
Um outro mercado da chegada da Construção 4.0 no Brasil é o uso de materiais inteligentes e alternativos, desde os reciclados até os blocos de alvenaria impressos. A essa lista podem ser acrescentados os concretos autocurativos e o cimento magnesiano.
Já usou ou viu algum desses em projetos de construção?
5 – Novas profissões
Por fim, novas profissões vão surgir no mercado. Hoje já é possível encontrar novos cargos impulsionados pelo crescimento da Indústria 4.0. Conforme listagem do jornal O Globo, a construção civil tem 5 novas profissões:
- Integrador de sistema de automação predial;
- Técnico de construção seca;
- Técnico em automação predial
- Gestor de logística de canteiro de obras;
- Instalador de sistema de automação predial